terça-feira, 7 de junho de 2011

Machismo e preconceito no Pânico na TV - Apelação por audiência?

No último domingo, assistindo ao programa Pânico na TV, entre uma gargalhada e outra, notei o quanto o programa tem uma linha machista e preconceituosa. Já notaram quantas piadinhas eles fazem com as palavras GAY, VIADO, BOIOLA e afins? Já notaram como os apresentadores (quase todos) tratam as mulheres que participam do programa, principalmente como tratam a Sabrina? E as panicats? Quanta banalização não? E ainda dizem que fazem humor inteligente (o CQC também não é muito diferente). São todos fodões não é mesmo? Se acham superiores a tudo e a todos. Sabem fazer humor debochado mas livre de preconceitos? 



Não estou falando aqui de todos os quadros do Programa Pânico. Eu assisto ao programa e dou muita risada, mas fico indignado quando vejo alguns comportamentos e discursos idiotas e nada inteligentes, por parte de alguns participantes.


No domingo divulgaram uma camisa do Pânico com a seguinte frase: Gay é assim mesmo, tudo que vê, lê. E esse é só um exemplo.





Assistiram no dia que as esposas/namoradas dos apresentadores estavam no palco do programa? Foi um episódio totalmente machista, onde o Emílio deixou claro que eles sustentam as suas respectivas, trabalham o dia inteiro, fazem de tudo no programa, e em troca dão jóias, roupas caras, carros, pagam faculdade, e tudo mais. E as mulheres? O que podem dizer né? São submissas mesmo a eles. Para constatar, basta ver quem são as mulheres. Todas jovens, lindas e loucas por seus esposos ricos. 




Não vou falar mais sobre esse machismo, pois tem muita mulher por aí que só quer grana mesmo, e muitos homens também. O que me deixa mais intrigado são as piadinhas com homossexuais, porque são bem homofóbicas e sem sentido. Por que tanta piada com os gays? O Pânico ajuda que esse pensamento homofóbico seja compartilhado. Xingam seus parceiros de gays, viados, boiolas, como se fossem palavrões, como se ser homossexual fosse uma coisa terrível. Pensamento retrógrado pra pessoas que se dizem tão inteligentes. Pensem nisso. Criatividade não é sinônimo de ser idiota.

10 comentários:

  1. Seu blog tem muitas perguntas não acha? Já pensou em tentar responder alguma delas ao invés de passar a bola para o leitor. Fica a dica Menina.

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  2. Pessoa anônima, meu objetivo aqui é dar opinião e expor os fatos, levantando um debate. Leia direitinho e vai ver do que estou falando. Fique à vontade. Ah, já pensou em comentar sem usar o anônimo? =D

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  3. É muito facil publicar alguma coisa que vai contra o pensamento da maioria sem se revelar!

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  4. Michell, seu pensamento é absolutamente coerente e contundente. Quando o programa Pânico na TV surgiu, pareceu-me (e imagino que para todos) um novo estilo de humor na televisão brasileira. Mas, de fato, sinto que houve uma progressiva "superficialização" do programa, que agora atende abertamente a grupos específicos (mas grandes grupos) de público (um público sexista, violento e preconceituosíssimo). Entendo que o humor muitas vezes necessita de tocar nas discussões sociais (como, por exemplo, se faz muito com a política brasileira), mas quando ele passa a revelar repetidamente uma intenção (ingenuamente camuflada sob o lema de "humor negro" ou "humor descompromissado", sei lá), traz consigo a perpetuação de ideias demagógicas e que refletem uma conduta humana para além do simples cômico (acha-se graça naquilo que, de certa forma, é desvalorizado ou subjugado como "risível", no dia-a-dia).

    Não digo, no entanto, que o humor deva ser necessariamente do "politicamente corretíssimo". Mas deveria pelo menos ser mais consciente. É, sim, possível fazer rir sem agredir a dignidade alheia.

    Parabéns pelo post!

    Fábio L.

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  5. Falou tudo Fábio, é importante destacar o que você disse em relação ao humor que aborda discussões sociais. Sim, ele deve existir, mas quando usado de forma consciente e inteligente. O programa faz desse uso uma característica marcante do mesmo e adota isso como um comportamento, passando essa idea retrógrada à sociedade, que na maioria das vezes adota como uma boa ideia.

    Obrigado pelo comentário.

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  6. E extremamente gratificante verificar que a mente humana tem se evoluído e que a teoria em que diz que somos produtos do meio não é 100%. Michell e Fabio, vocês estão mil anos luz à frente. O que é uma pena, pois esse grau de evolução mental bem que poderia estar mais próxima e já atingido todos os seres humanos. Existe muitíssimo por aí mulheres machistas,( produtos do meio). E Davi, você foi shou! Ele sabe que esta ultrapassado, e que não é nem mesmo ecológico (pois alguma coisa ultrapassada só tem valor quando é ecológico)KKKKKKKKK Digo sempre, O pânico é voltado para o público machulino! Adriana

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  7. Parabéns pelo post é tudo que eu penso em relação ao programa. Fico mais indignada com a forma de tratamento dado as mulheres que são vistas só como objetos sexuais incapazes de pensar e fazerem algo inteligente. E o pior de tudo é que de uma forma direta ou indiretamente o pânico acaba reforçando esses preconceitos. Isso tudo é sustentado por uma grande parte da sociedade que gosta de ver isso na TV, é só uma versão televisiva do que acontece no cotidiano e é por isso que fazem sucesso.

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  8. Este comentário foi removido pelo autor.

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  9. O texto do autor coloca questões para que as pessoas reflitam e debatam. É a primeira vez que vejo alguém ser criticado por indagar algo, propôr reflexão ao invés de impingir sua opinião.

    O Programa Pânico é nocivo para uma sociedade como a brasileira onde o nível de instrução e informação ainda está aquém do ideal e especialistas dizem que adolescentes tendem a imitar comportamentos sempre repetidos na mídia.

    O Programa Pânico acaba de tentar censurar e intimidar a comediante Mônica Iozzi por um post em que critica os ângulos pornográficos nos quais as paniquetes ("panicats") são expostas do quadro "Afogando o ganso" e também espalhados a qualquer momento no palco.
    Me espanta como acham que podem perseguir os outros como stalkers e bullies. Já fizeram o mesmo com o Diogo Mainardi e tantos outros. Por isso já foram processados por Carolina Dieckmann e Luana Piovani. E usaram um psicólogo dizendo que as panicats são sensuais e Iozzi invejosa como aval para tudo o que fazem.

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  10. Eis alguns casos que me chocaram e que não tem como desculpar.
    1- Já humilharam em pessoa atrizes de idade como Laura Cardoso, Natália Timberg e Eva Todor que nasceu em 1919.
    2 - Mostraram em edição rápida o rapaz que recebeu lâmpada na cabeça na Av. Paulista por ser confundido com gay, como uma vinheta curta equivalente ao coice de um cavalo que simboliza uma resposta humilhante para alguém que no caso era o "repórter" gay Christian Pior que tinha recebido resposta grosseira. A banalização da violência contra gays com certeza é nociva e fomenta mais violência.
    3 - Já obrigaram as panicats a lamberem a axila suada de estranhos torcedores em estádios de futebol. Elas se sujeitam a tal tipo de coisa pois foi revelado que ganhavam por programa sem contrato sob o risco de serem demitidas e que a renda delas vem de aparições em feiras de sex shop e outros eventos.
    4 - Quando uma panicat deixou o programa secretamente, as outras foram obrigadas a dançar seminuas com sacos de papelão na cabeça como punição.
    5 - As panicats já foram obrigadas a lamber os pés de um norueguês que havia acabado de andar descalço no pasto de vacas e pisado em fezes de vacas.
    6 - O apresentador Emílio Surita disse no dia dos namorados que esposas e namoradas são objetos caros e que a mulher dele deve serví-lo sexualmente por ganhar uma bolsa Louis Vuitton. Também disse q lugar de mulher é na cozinha e que Marisa Ortz é inferior aos homens portanto não poderia fazer comentário sobre Paulo César Pereio. Surita também disse que sexo de risco ou sexo kamikaze é receber felação da Regina Cazé e olhar para baixo sob o risco de ver o rosto dela performando o oral.
    7 - Um episódio que demonstra como usam dois pesos e duas medidas em relação às mulheres e a hipocrisia ao se esconderem sob a máscara de comédia e liberdade de expressão além de quando tentam intimidar seus críticos, foi quando o programa recebeu mexicanos que possuem uma condição física que os fazem ter o rosto todo recoberto de pêlos. Emílio Surita disse que mostraria algo que o traumatizou na infância e que o fazia se identificar com a família mexicana. Surita disse várias vezes que só revelaria o problema se ninguém da platéia risse e nenhum dos co-apresentadores zombassem dele, os fazendo prometer de forma dramática. Emílio estava sendo sincero e sério e ele mostrou um pouco do alto do tórax dizendo que é muito peludo e que tinha trauma por tanta pilosidade. A hipocrisia está no fato de que no mesmo dia poucos minutos antes de ele dizer que ninguém poderia fazer comentários sobre o corpo dele, Surita havia mostrado uma série de candidatas a possíveis panicats com o rosto coberto por sacos. Só se podia ver seus corpos de biquíni já que o rosto era impossível, pois o foco era na avaliação dos corpos. Enquanto analisavam uma das garotas Emílio Surita lança o brado de que a moça era gorda, no que Sabrina Sato reagiria dizendo "Ai, coitada! Emílio, que maldade. Ela só tem as coxas grossas. Não é gorda."
    Lembrem-se que foi no mesmo episódio e a moça tinha um saco de papelão na cabeça.

    O Pânico até tem algumas caracterizações de personalidades engraçadas e algumas críticas sociais criativas e até críticas de algumas celebridades bem apropriadas e era o que entusiasmou muitos no início, mas a humilhação de mulheres, até a convocação de ação contra as mulheres e a violência homofóbica fomentadas no programa são inadmissíveis pelo efeito nocivo óbvio. E os ângulos pornográficos e os ataques pessoais que fazem são muito além do que simples mau gosto ou obscenidade. Certas coisas não são questão de gosto e o ministério público deve avaliar o horário em que são exibidas.

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