quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Sobre o texto “A verdade sobre a beleza – Um relatório global”

Com o objetivo de inovar e atingir um maior público, podendo assim aumentar o número de consumidores de seus produtos, a Dove, uma importante marca da Unilever, fez uma campanha, em 2005, trazendo uma nova concepção de beleza feminina. Foram exibidas mulheres felizes e bem diferentes (fisicamente) do esteriótipo adotado pela maioria das propagandas.

Por ser uma campanha ousada e inusitada, que vai contra a padronização da beleza feminina e que defende a diversidade humana e a valorização da mulher brasileira, a “Campanha pela real beleza” (Verão sem vergonha) representou um marco na qualidade da publicidade brasileira e mundial.



Em uma sociedade que cultiva esse pensamento de culto ao corpo, influenciado pela mídia, os indivíduos sentem a necessidade de atingir um padrão estético para serem aceitos e para obterem uma total realização. Consequentemente, o “ser belo” substitui a concepção de bem-estar, de ser feliz e de auto aceitação, e o “ter” (posse) é algo complementar desse pensamento, ou melhor, dessa exigência social.

Para a realização da “Campanha pela real beleza” a Dove resolveu fazer um estudo aprofundado sobre a relação das mulheres, a beleza e o bem-estar. Esse estudo foi feito baseado no conceito de beleza que as mulheres de hoje tem, ou seja, no significado real da beleza feminina. Foi adotada a metodologia de um extenso trabalho de campo, realizado em 10 países, em que foram entrevistadas cerca de 3.200 mulheres, de 18 a 64 anos.


A Dove obteve alguns resultados que proporcionaram a realização de uma campanha de qualidade. Um deles foi a constatação de que as mulheres (de todos os lugares onde foi feita a pesquisa) estão mais preocupadas com uma beleza diferente, que não aquela transmitida pela mídia. Elas desejam algo mais próximo da realidade, algo mais natural. Porém, constatou-se também que metade das mulheres entrevistadas está insatisfeita com sua beleza e atratividade física e que existe uma relação dessa insatisfação com o bem-estar das mesmas.

Outra constatação importante foi que mais de 75% das mulheres não se sentem à vontade para se descreverem como “belas”. O autor do texto (case) em questão, Carlos Frederico Lucio, diz que “do mesmo modo, ainda que sintam que não podem possuir beleza, a falta dela ainda pode provocar um impacto negativo em sua auto-estima.”

Pode-se dizer que os diferentes resultados nas pesquisas de índice de insatisfação fisica, sejam influenciados pelas culturas diversas dos países pesquisados, pois a cultura popular constrói alguns valores do que é ou não atrativo fisicamente. Essa imagem atrativa, na maioria das vezes está distante do que pode ser encontrado na sociedade contemporânea. 

O estudo também revelou que as mulheres tem consciência de que o padrão de beleza exposto pela mídia é algo irreal e que a grande maioria delas não conseguirá alcançar tal padrão. Não concordam com esse esteriótipo que trata a mulher como um simples atrativo, ocultando outros valores que seriam essenciais para a construção de um sentido real para a beleza.

Em resumo, o estudo constatou que as mulheres admiram as modelos esteriotipadas, mas querem ver também a mulher em sua diversidade, mulheres comuns, ativas e belas por natureza, sem padronizações de beleza. Querem ser representadas por uma beleza acessível e real, e não por uma imagem artificial e inalcançavel. 


A Dove observou esses resultados e teve sucesso em sua “Campanha pela real beleza” e mostrou para seu público que todas as mulheres podem ser belas, acima de um conceito esteriotipado de atratividade física, e que elas tem valores mais importantes, os quais as fazem ser chamadas assim. A campanha trouxe tembém inovação, ousadia e uma quebra (ou tentativa) de um pensamento padrão da sociedade do que é belo ou não.

Clique aqui para ver o case original da Dove.


Michell Barros
Calar é para os fracos

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