sábado, 5 de maio de 2012

Angústia de hoje, de sempre.

Pois é, estou vivo. Tinha dado um tempo nas postagens, um tempão na verdade. Não por falta de assuntos, mas por falta de inspiração e por preguiça mesmo (o fator principal dessa inércia). Quem me acompanhou nas antigas postagens, sabe que eu não estaria aqui escrevendo simplesmente por não ter nada o que fazer. Gosto de escrever aqui quando estou verdadeiramente angustiado ou quando tenho algo muito sério para criticar, não que eu também não escreva sobre coisas não angustiantes, mas... você deve ter entendido já né? Sou essa inconstância toda, uma impaciência louca, um tremor de pernas compulsivo, e quando escrevo é como um vômito, pelo qual coloco pra fora tudo que me está fazendo mal. 

Hoje vou falar de algumas coisas que vêm me deixando muito louco, mas essas coisas podem ou não estarem interligadas. Primeiramente irei falar das pessoas. Putz, como as pessoas mudam eim? Eu mesmo posso encontrar traços de mudanças em mim e em algumas vezes nem eu mesmo as intendo. Tem coisa mais chata que você se definir, quem é você pra se definir assim tão facilmente? Eu, pelo menos, não me conheço a fundo como gostaria. Queria tanto saber o que se passa dentro da minha cabeça quando não estou controlando tudo isso. Entender as pessoas me parece ser mais divertido que entender a mim. Observar as pessoas é um dos meus jogos favoritos. Nesse jogo é possível traçar todo um perfil de uma pessoa qualquer, até quem você observa dentro de um ônibus lotado, às 18h, em uma avenida de grande fluxo de veículos. O observador aprende mais e leva a experiência alheia para si. Será que eu também tenho esse tipo de comportamento? O pior é que nem sei, ao certo, porque estou falando em coisas tão profundas, mas vamos continuar nas pessoas.

Quase todos os dias eu saio de casa para fazer alguma coisa. Às vezes até invento o que fazer só pra sair de casa e me ver livre dessa jaula apertada e bem menor que os meus sonhos. Estou tão indignado com tudo isso, com essa sociedade tão estranha e cheia de problemas, pois é cheia de seres hipócritas, violentos, individualistas, mal educados, entre outras (des)qualidades. E não sou um daqueles velhos "rebeldes sem causa", explicarei o porquê. Tenho 22 anos, estudante de publicidade (quase formado) e daí dá pra se ter uma ideia de algumas características minhas (padronizando a coisa). O meu estilo (de vida e visualmente falando) parece que esfaqueia as pessoas. Grande parte dos habitantes dessa terra machista e preconceituosa parece que vive ainda em uma época pré histórica. São milhares de pessoas atrasadas, cultivadoras de um pensamento retrógrado e pré estabelecido. O fato de eu sair para a faculdade, pegar dois ônibus e não receber olhares reprovadores (quando não rola alguma piadinha) é algo do qual não lembro quando acontecia. Hoje mesmo, ao conversar com uma amiga na calçada do condomínio onde moramos, foram umas 3 situações desse tipo: homens das cavernas passam e lá vem alguma piadinha, seja dos meus óculos, seja do meu cabelo, o que for. Crianças passam (também influenciadas por pais que não lhes dão a educação necessária) e soltam alguma piadinha, e por aí vai. Na maioria das vezes estou no meu mundo de fones de ouvido, pra não ouvir todo esse barulho de cidade descontrolada, tentando manter sempre a calma. Porém, o que eu queria mesmo era mandar todo mundo ir tomar no c* (essas pessoas que me reprovam com olhares e piadas). Não preciso de aceitação de pessoas imundas e ignorantes. Preciso da minha aceitação e das pessoas que me amam, somente.


Sabe, fico pensando... será que vai demorar ainda muito tempo para as pessoas aprenderem a respeitar as outras? Será que seremos sempre obrigados a presenciar momentos de preconteito e não aceitação das diferenças? Queria muito saber o que se passa na cabeça de uma pessoa que nos olha com olhar reprovador, simplesmente porque não somos iguais ao padrão absurdo dessa sociedade mascarada, simplesmente por termos uma personalidade diferente do que lhes é injetado pela igreja ou por outras instituições vendedoras de valores morais. 

É bem difícil expressar em palavras toda a minha revolta, de todos os dias, sobre esse assunto tão presente no cotidiano das pessoas que pertencem à esse mundo do qual faço parte. Minha angústia é bem mais significativa que as palavras, mas ela está só para mim, se acumulando a cada dia, pronta para explodir em momentos como este, nos quais vomito. Até a próxima, fiquem bem.



Michell Barros



2 comentários:

  1. Não faz uma semana que li um comentário de um filósofo (não lembro o nome), em que ele dizia que triste é aquele que consegue ser feliz num mundo como o nosso, pois certamente esta criatura feliz desconhece o verdadeiro sentimento da felicidade. O que é ser feliz? É seguir o movimento da maioria e se contentar com o imposto? Ainda bem que existe o calar é para os fracos, pois podemos ouvir a voz daquele que como muitos vive contra a corrente desse povo vestido de uma falsa felicidade.

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  2. Obrigado Dalila, bom saber que não estou sozinho nesse mundo dos estranhos e dos que não aceitam viver um modo de vida padrão imposto por aqueles que têm o objetivo de "imbecilizar" a sociedade.

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